Atacante visita escolinha 'Meninos da  Vila' em Jundiai, vê festival de moicanos, causa histeria. Cinquenta  homens foram contratados para a segurança
Uma passagem rápida por Jundiaí na segunda-feira, mas com direito a  reforço na segurança, histeria, choradeira, coraçõezinhos e saída de  helicóptero. A estada de Neymar na cidade do interior de São Paulo, como  atração para a inauguração de uma sala na escolinha “Meninos da Vila”,  durou exatamente uma hora. Mas foi o suficiente para atrair cerca de 3  mil pessoas aos campos da Sociedade Esportiva Caxambu 
(assista ao vídeo em http://globoesporte.globo.com/futebol/times/santos/noticia/2011/04/popstar-neymar-mobiliza-seguranca-ate-para-conseguir-ir-ao-banheiro.html)   - Mãe, ele vem mesmo? Não está demorando? Eu vou pedir pra ele  autografar a minha camisa e tirar uma foto - dizia o pequeno Kelsey, de 8  anos, roupa do Santos da cabeça aos pés, e que na noite anterior tinha  ensaiado na frente do espelho o que dizer para o ídolo.
Confira a galeria de fotos da visita de Neymar aos santistas em Jundiaí
Kelsey tinha uma pulseirinha que dava acesso ao gramado. Mas até para  ele foi difícil encontrar Neymar. O esquema para receber o mais badalado  “Menino da Vila” do momento foi rígido. Cinquenta seguranças foram  contratados para não permitir que os fãs chegassem muito próximos do  ídolo. Grades garantiam que o público sem o passe “vip” não invadisse as  áreas das homenagens. E a Polícia Militar também foi acionada para  garantir que não haveria problemas. Só não contavam com a simpatia do  atacante santista...
Neymar é cercado pelas animadoras de torcida em Jundiaí 
Neymar chegou uma hora depois do horário combinado e seu carro foi  cercado por seguranças. O mesmo aconteceu quando resolveu ir ao  banheiro. Um simples xixi mobilizou cinco homens na porta, tudo para que  ninguém entrasse. Vindo de Americana, onde na noite anterior o Santos  empatou em 0 a 0 com o time da casa, ele levou uma dura do ex-volante  Lima, atleta do Peixe nos anos 60 e seu treinador nas categorias de base  do Peixe, pelo atraso.
- Falei para ele que não tinha de chegar atrasado. Que história é essa  de deixar as pessoas esperando? Mas ele é malandro, disse que estava com  sono - contou o veterano, aos risos.
O bom relacionamento com Lima foi o que fez Neymar ir a Jundiaí cheio  de sorrisos e sem cobrar cachê. O “Curinga da Vila”, como ficou  conhecido no Santos, é pai de Denys Lima, um dos donos da escolinha na  cidade. O astro santista só pediu para que a entrada valesse um quilo de  alimento não perecível, para ajudar instituições de caridade.
Na saída para o gramado, mais euforia. Chegar ao campo a pé era  impossível. Melhor dar a volta de carro mesmo, com mais seguranças, para  evitar acidentes. Mas não era só o público que dava trabalho.
Quando deixou o carro, Neymar, ao invés de se dirigir logo para o  campo, passou pelas barreiras, tocando o público. Gritos e mais gritos  de “lindo, tesão, bonito e gostosão”, para o garoto de 19 anos, olhos  claros, moicano coberto pelo boné e 63kg.
Em campo, cercado pelas animadoras de torcida, ele parecia um pouco  deslocado. Mas quando encontrou as crianças com moicanos se soltou.  Brincou, distribuiu autógrafos, chutou bolas para a galera e fez a  alegria de meninos como Kelsey.
Neymar é cercado pelas crianças da escolinha do Santos 
- Ele assinou a minha camisa e pegou na minha mão! Nunca mais vou lavar! - exagerou.
Antes de sair, o atacante falou sobre o momento celebridade.
- Fico feliz com o carinho dos torcedores, nunca esperei que coisas  assim acontecessem. Não me sinto uma celebridade, mas uma pessoa  abençoada - disse.
Na hora do adeus, um momento pop star. Um helicóptero pousou no campo e  logo foi cercado. Neymar entrou, e, da janela apertadinha, acenava e  fazia coraçõezinhos com as mãos. E subiu. Ao som de gritos, choradeira e  histeria. Bem como chegou.